O primeiro filme de cineastas promissores geralmente causa expressiva expectativa, principalmente quando se trata da estréia na direção de um dos atores mais incensados do país. Lançado no ano passado, “Feliz Natal” marca o lançamento de Selton Mello na carreira de diretor cinematográfico, e ele não procura caminhos fáceis para tal.
“Feliz Natal” conta a trama de um homem (Caio, personagem de Leonardo Medeiros) que após muitos anos, visita sua família na noite de natal (e com toda liturgia que isso implica). A presença dele faz com que a vida de todos seja alterada, enquanto ele próprio está em busca de sua identidade. A propriedade com que a história é apresentada na tela é conseguida pelo paralelismo que se dá com o trabalho de Selton, que também busca uma identidade seja pela estética, seja pelo discurso. O filme, que tem o roteiro do próprio, consegue verter em opressão todo o paradigma de uma ceia familiar desestruturada, onde cada ponto de vista torna-se legítimo quando olhado de perto. É emocionalmente pesado e racionalmente complexo. Nota-se também que cai um pouco na armadilha do estilismo excessivo, típico de que quem está experimentando em uma primeira produção. O elenco é muito bom, com as curiosas participações do sumido Paulo Guarnieri e do humorista Lúcio Mauro, que arrebata em um personagem tomado pelo rancor. Mas é Darlene Glória quem rouba todas as cenas, como uma matriarca alcoólatra que expõe todo o declínio familiar que as aparências procuravam esconder. É de espantar como a atriz ficou tanto tempo longe dos cinemas...
Selton, atualmente, já está filmando seu segundo longa que se chamará “O palhaço”, com o próprio protagonizando, ao lado de Paulo José. Pelo que já foi divulgado, será um filme mais solar, ainda que falando sobre um homem em busca de um sentido na vida. Parece que ele gosta dessas radiografias e pelo primeiro filme parece estar encontrando o seu caminho.
Dica de Música: “Dois barcos” (Los Hermanos)
“Feliz Natal” conta a trama de um homem (Caio, personagem de Leonardo Medeiros) que após muitos anos, visita sua família na noite de natal (e com toda liturgia que isso implica). A presença dele faz com que a vida de todos seja alterada, enquanto ele próprio está em busca de sua identidade. A propriedade com que a história é apresentada na tela é conseguida pelo paralelismo que se dá com o trabalho de Selton, que também busca uma identidade seja pela estética, seja pelo discurso. O filme, que tem o roteiro do próprio, consegue verter em opressão todo o paradigma de uma ceia familiar desestruturada, onde cada ponto de vista torna-se legítimo quando olhado de perto. É emocionalmente pesado e racionalmente complexo. Nota-se também que cai um pouco na armadilha do estilismo excessivo, típico de que quem está experimentando em uma primeira produção. O elenco é muito bom, com as curiosas participações do sumido Paulo Guarnieri e do humorista Lúcio Mauro, que arrebata em um personagem tomado pelo rancor. Mas é Darlene Glória quem rouba todas as cenas, como uma matriarca alcoólatra que expõe todo o declínio familiar que as aparências procuravam esconder. É de espantar como a atriz ficou tanto tempo longe dos cinemas...
Selton, atualmente, já está filmando seu segundo longa que se chamará “O palhaço”, com o próprio protagonizando, ao lado de Paulo José. Pelo que já foi divulgado, será um filme mais solar, ainda que falando sobre um homem em busca de um sentido na vida. Parece que ele gosta dessas radiografias e pelo primeiro filme parece estar encontrando o seu caminho.
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