sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

As Flores de plástico não morrem... Feliz 2011!!!



O que posso desejar a meus fiéis leitores senão um 2011 de muitos ganhos e pouco tempo perdido, afinal "Só quero saber o que pode dar certo. Não temos tempo a perder"

Sucesso sempre!!!!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O "Telephone" que Lady Gaga nos deu em 2010!


Os teóricos da comunicação sempre defendem que a mídia e os processos comunicativos que se dão pela mesma, evoluiriam pela convergência tecnológica. No mundo de hoje isso é quase banal de se ser analisado. Mas dentro dessa banalidade existe o fato; e o fato é que os que se destacam hoje no panorama midiático mundial, são os que melhor dialogam com esses níveis. Pronto, taí a explicação para o fenômeno Lady Gaga. E porque Telephone foi o Melhor Hit e Clipe de 2010, sedimentando a artista como um dos melhores signos da cultura Pop da década, independendo de gostar ou não de suas músicas.
Acima de análises críticas, a cantora, compositora, “agitadora”, performer e afins encontrou em 2010 um ano propício a seu ápice: conquistou o primeiro single número 1 de 2010, no concorrido mercado musical inglês, com Bad Romance. Sua badalada turnê The Monster Ball conseguiu a façanha de lotar os difíceis espaços do Leste Europeu e suas capas em revistas como Q e Vanity Fair, renderam polêmicas e/ou formam proibidas em bancas americanas por insinuação de nudez (!). Em 2010 ela superou o presidente Obama em “curtições” no Facebook e Britney Spears, em seguidores no Twitter. Foi incluída na lista das 25 pessoas mais influentes do planeta, pela Times e papou quase todos os principais prêmios do Brit Awards (3), MTV Europe Awards (3) e MTV Video Music Awards (impressionantes oitos prêmios, numa mesma noite).
Já é mais do que sabido (e estudado) que Gaga “se constrói” através de uma entourage quase institucionalizada o Haus of Gaga, que planeja milimetricamente seus passos imagéticos par compor o que ela se tornou. Mas é inegável que quando promove uma emblemática apresentação numa premiação, cantando Paparazzi, com um figurino andrógino simulando um sangramento, vemos que ali existe mais do que um produto e sim uma forma profissional evocar uma personalidade artística.
Mas porque Telephone foi o grande hit de 2010? Uma parceria valiosa com Beyonce, numa construção sonora com um groove muito bem harmonizado e uma letra sexista, mas de facílima assimilação. Fora que, sabendo explorar muito bem suas possibilidades audiovisuais, Gaga vem produzindo clipes antológicos que se sustentam na experimentação artística de uma provável mensagem e/ou na imposição de uma mítica para repercutir numa geração (algo “criado” pelo gênio Michael Jackson e muito bem assimilado e vitalizado por nomes como Madonna e Prince). Telephone, dirigido por Jonas Akerlund (papa dos clipes tendo já trabalhado para Mika, Rolling Stones e citada Madonna, inclusive, dirigindo seu último e interativo clip Celebration, muito bom, por sinal), num trabalho recheado de referências cinematográficas e literárias, sendo quase um curta metragem, com sua extensa e bem aproveitada duração de nove minutos. Óbvio que o fator provocação é outro item que contribuiu bastante para o clipe. Lesbianismo, banalização da morte e contravenções são explorados rotineiramente na produção, mas nada ali é levado a sério e o ar kitsh faz toda a diferença no resultado final. Telephone é a prova de que vivemos num tempo em que o politicamente vive na linha tênue entre o correto e o incorreto, e quem disse que isso importa alguma coisa? Lady Gaga é uma junção de retóricas, até de si mesma como produto e artista, mas a evolução da espécie nos deu senso de diagnosticar aquilo que queremos reter. E hoje ela tem funcionado como os dois.

Dica de Música: Ouçam "Telephone" que é viciante...

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O retrato que o GLOBO de OURO revela

Crise. A tradicional Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood (HFPA, na sigla em inglês) anunciou os indicados ao 68º Globo de Ouro, considerado uma prévia do Oscar.

Os filmes A rede social, de David Fincher e O discurso do Rei, de Tom Hooper, são favoritos com seis e sete indicações, respectivamente.

Mas o que se percebe é como a qualidade da grande maioria dos filmes indicados é absolutamente questionável, dentro até da mesma associação que vota. Existem indicações que não se justificam e só reforçam a ideia, já levantada em publicações respeitadas como a Vanity Fair e a Time, de que o cinema pós moderno (!) vem passando por uma crise artística sem precedentes. E mais uma vez, a TV faz bonito, principalmente por não entrar nesse processo de infantilização do público que o cinema anda se rendendo.

Vamos às principais indicações para entendermos essa ilógica que predomina no mercado cinematográfico atual:

Melhor filme de Drama

A Rede Social
A Origem
O Cisne Negro
O Discurso do Rei
O Vencedor

Talvez o mais equilibrado, ainda mais com o acirramento dos filme A Rede Social, O Discurso do Rei e, agora, Cisne Negro. Mas não tem como ignorar que a Associação deixou de fora filmaços como O Escritor Fantasma, de Polanski, e o elogiadíssimoBravura Indômita, dos Cohen.

Melhor filme Musical ou Comédia


Alice no País das Maravilhas
Burlesque
Red
O Turista
Minhas mães e Meu Pai

Como sempre, a categoria mais absurda da premiação. Burlesque é tido como uma “palhaçada carnavalesca protagonizado porChristiana Aguilera” (!). O que que é essa indicação de O Turista??? Um banal filme de aventura com Angelina Jolie eJhonny Depp??? Será que só levaram em conta o “star quality” do elenco??? Fico me perguntando qual o argumento para a indicação de Red... Ação até simpática, mas de modo geral, abaixo da média e Alice, que apesar de ser um trabalho deslumbrante, está há anos luz da genialidade de Tim Burton... Ignorar Scott Pilgrim contra o mundo é algo imperdoável (e olha que nem sou nerd ou coisa parecida!). E alguém explica onde que Red e O turista é melhor que o último filme de Woody Allen??? Ainda bem que Minhas Mães e Meu Pai é realmente bom, pois senão esse ano seria conhecido como o ano em que não havia concorrentes na categoria que não esbarrasse na mediocridade.

Melhor direção


David Fincher – A Rede Social
Darren Arronofsky – O Cisne Negro
To Hopper – O Discurso do Rei
Christopher Nolan – A Origem
David O. Russel – O Vencedor

Curioso que nas indicações a Melhor Direção só ter filmes classificados por Drama, não?

Melhor Roteiro


A Rede Social – Aaron Sorkin
O Discurso do Rei – David Seidler
A Origem – Christopher Nolan
Minhas Mães e Meu Pai – Lisa Cholodenko e Stuart Bloomberg
127 Horas – Danny Boyle e Simon Beaufoy

Um tanto controverso, essa categoria demonstra a fragilidade das indicações. 127 Horas, de Boyle enfim é lembrado e tenho realmente muitas dúvidas se o (comentadíssimo) roteiro de Cisne Negro é inferior aos demais...

Melhor atriz em filme de Drama


Natalie Portman – O Cisne Negro
Michelle Williams – Blue Valantine
Halle Berry – Frankie & Alice
Nicole Kidman – Rabbit Hole
Jennifer Lawrence – Winter’s Bone

Halle Berry é sempre um nome a se considerar. Nicole Kidman tem se redimindo com esse filme. Michelle Williamsemociona já no trailer de Blue Valantine; mas parece ser o ano de Natalie Portman. E merecidíssimo.

Melhor ator em filme de Drama


Jesse Eisenberg – A Rede Social
Colin Firth – O Discurso do Rei
Mark Wahlberg – O Vencedor
Ryan Gosling – Blue Valentine
James Franco – 127 Horas

O Oscar 2010 era para ser de Colin Firth, pelo arrebatador trabalho em A Single Man (me recuso a citar a tradução brasileira...), mas quem sabe esse ano não vai. Jesse Eisenberg é assustador em A Rede Social. Mark Wahlberg e Ryan Gosling vem colhendo elogios por seus filmes e James Franco dá (literalmente) o sangue em 127 Horas. Ano difícil...


Melhor atriz coadjuvante


Mila Kunis – O Cisne Negro
Helena Bonham Carter – O Discurso do Rei
Amy Adams – O Vencedor
Melissa Leo – O Vencedor
Jacki Weaver – Animal Kingdom

Nenhum desses filmes estrearam ainda por aqui, mas se fossemos avaliar por repercussão a briga é declarada entre Mila Kunis eHelena Bonham Carter.

Melhor ator coadjuvante


Andew Garfield – A Rede Social
Geoffrey Rush – O Discurso do Rei
Christian Bale – O Lutador
Michael Douglas – Wall Street: O dinheiro nunca Dorme
Jeremy Renner – Atração Perigosa

Garfield é uma das melhores coisas de A Rede Social, assim como Michael Douglas em Wall Street. Jeremy Renner justifica sua badalação em Atração perigosa e Geoffrey Rush é Geoffrey Rush... Briga boa...

Melhor atriz em filme de Comédia ou Musical


Anne Hathaway – Amor e outras Drogas
Emma Stone – Easy A
Julianne Moore – Minhas mães e meu Pai
Annette Bening – Minhas mães e meu Pai
Angelina Jolie – O Turista

Será que dessa vez Annette Bening será lembrada? E o que que é essa indicação para Angelina Jolie???

Melhor ator em filme de Comédia ou Musical


Johnny Depp – O Turista
Johnny Depp – Alice no País das Maravilhas
Jake Gyllenhaal – Amor e outras Drogas
Kevin Spacey – Casino Jack
Paul Giamatti – Barney’s Version

Johnny Depp não precisa provar nada para ninguém: é, sem nenhuma dúvida, um dos melhores atores de sua geração. Mas nem O Turista, nem em Alice isso é denotado. Isso tudo para Kevin Spacey ter companhia nas indicações??? E cadê Michael Cera???


Melhor Animação


Toy Story 3
Meu Malvado Favorito
Como treinar seu Dragão
Enrolados
O Mágico

O Mágico traz o vigor europeu e todos os demais são dignos (mais uma vez a animação rendendo mais que os filmes tradicionais e ditos adultos), mas nada se compara ao êxito, em todos os níveis de Toy Story 3

Melhor Série de TV de comédia ou Musical


Glee
Modern Family
The Big C
30 Rock
The Big Bang Theory
Nurse Jackie

É inegável que todas as indicadas mantiveram o nível ou se destacaram logo de cara. The Big C é memorável, Glee ainda repercute (muito) bem, The Big Bang Theory teve uma das melhores temporadas e 30 Rock se reinventou; mas Modern Family é genial com tão pouco...

Melhor atriz de série de comédia ou musical


Lea Michele – Glee
Laura Linney – The Big C
Tina Fey – 30 Rock
Edie Falco – Nurse Jackie
Toni Collette – United States of Tara

Laura Linney é tão boa, mas tão boa que dispensa qualquer anedota explicativa.


Melhor ator de série de comédia ou musical


Matthew Morrison – Glee
Jim Parsons – The Big Bang Theory
Alec Baldwin – 30 Rock
Steve Carrell – The Office
Thomas Jane- Hung

Disputado e difícil de prever, ainda que sem grandes novidades.


Melhor série de Drama


The Good Wife
Mad Men
The Walking Dead
Dexter
Boardwalk Empire

Cinco séries muito competentes, mas Scorcese na estréia de Boardwalk Empire diz muito sobre quem será o vencedor. Fato.


Melhor atriz de Série Dramática


Jullianna Marguiles – The Good Wife
Kyra Sedgewick – The Closer
Elizabeth Moss – Mad Men
Piper Perabo – Convert Affairs
Katie Segal – Sons of Anarchy

Disputado e difícil de prever, ainda que sem grandes novidades.

Melhor ator de Série Dramática


Jon Hamm – Mad Men
Hugh Laurie – House
Michael C. Hall – Dexter
Bryan Cranston – Breaking Bad
Steve Buscemi – Boardwalk Empire

Jon Hamm sempre merece por Mad Men, assim como Michael C. Hall e seu Dexter. Steve Busceni deve levar principalmente por verter para TV seu incontestável talento na tela grande.

O Globo de Ouro não é nada senão um panorama daquilo que o cinema é/foi neste ano. Não se trata de nada definitivo mas se olharmos para o cinema da década de 70, 80 e até 90 veremos que se progredimos tecnicamente (Avatar), regredimos artisticamente (e isso engloba até o endeusado cinema europeu, vide o novo filme de Godard). A pergunta que fica é, qual o caminho do cinema a partir de agora?

Dica de Música: "Boas Novas" (Cazuza)