segunda-feira, 15 de março de 2010

Oscar Light

Para quem, como eu, se diverte bastante com toda a alegoria que cerca a noite do Oscar (sem levar muito a sério), a edição de 2010 foi bem... clean. As apresentações musicais foram banidas, não tínhamos mais um showman para nos entreter e a duração foi estendida. Steve Martin e Alec Baldwin seguraram bem as pontas na apresentação e o número inicial, com Neil Patrick foi banal e sem um pingo da originalidade no número de Hugh Jackman no ano passado. A homenagem a John Hughes funcionou bem, assim como os dançarinos coreografando as trilhas indicadas. Não foi uma noite arrastada mas bem anti-climática. Ah, e os mais belos da noite? George Clooney, honrando nós taurinos, com seu misto de charme e deboche, e Michelle Pfeiffer, que continua sendo a mulher mais bonita do universo... e daquela noite (se bem que Halle Barry esse ano não apareceu). Um bola fora gritante foi terem suprimido Farrah Fawcett, nas homenagens póstumas, assim como botarem um Ton Hanks quase ofegante para anunciar o Oscar de melhor filme.
Mas vamos ao que interessa e comentar os principais vencedores:

Melhor filme: “Guerra ao terror”
Discordo. O filme é mais pertinente do que propriamente o melhor dos indicados. Neste caso, ficaria com “Bastardos Inglórios”, que é muito mais cinema, ou até a sensibilidade nua e crua de “Preciosa”

Melhor diretor: Kathryn Bigelow, por “Guerra ao terror”
Não sou dos que acham que, necessariamente, quem ganha um Oscar de melhor direção tem que levar o melhor filme, então o considero merecido, pelo brilhante trabalho dela no filme (foto abaixo, entre os apresentadores Steve Martin e Alec Baldwin). Fora que ela tornou-se a primeira mulher a ganhar um Oscar de melhor diretora. Meu Deus, foram necessários 82 anos de premiação...

Melhor ator: Jeff Bridges, por “Coração louco”
Não vi o filme, mas insisto que Colin Firth rende mais em seu “A single man”

Melhor atriz: Sandra Bullock, por “Um sonho possível”
Também não assisti ainda esse filme que nem estreou no Brasil. Mas a contenção dramática de Gabourey Sidibe em “Preciosa” ainda não saiu de minha cabeça.

Melhor ator coadjuvante: Christoph Waltz, por “Bastardos Inglórios”
Incontestável.

Melhor atriz coadjuvante: Mo’Nique, por “Preciosa”
O mesmo que disse sobre Gabourey Sidibe serve como parâmetro para esse belo trabalho.

Melhor animação: “Up”
Incontestável.

Melhor roteiro adaptado: “Preciosa”
Sempre defendi essa premiação, mesmo com todos dizendo que “Amor sem escalas” era mais merecedor. Este, é até muito bom, mas abre concessões demais, o que não ocorre em “Preciosa”.

Melhor roteiro original: “Guerra ao terror”
Talvez “Bastardos Inglórios” honrasse mais o título de “Original”.

Melhor filme estrangeiro: “O segredo de seus olhos” (Argentina)
Como assim a Argentina ganha seu segundo Oscar e o Brasil não tem nenhum??? Brincadeiras a partes fiquei feliz pelo prêmio, mas desconfio que “A fita branca” tenha mais méritos. Isso, um dia discutirei por aqui...

Os demais prêmios técnicos ficaram se polarizando entre “Avatar” e “Guerra ao terror”, caindo na previsibilidade.


Dica de Música: "Hey ya" (Outkast)



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