Os filmes dos Irmãos Cohen geralmente causam dois tipos de reações a quem os assiste: estranhamento ou encantamento. Como trabalham sob as matizes de um universo muito próprio, os diretores produzem filmes que se auto-ironizam e levantam discussões sob perspectivas bem originais, ainda que, muitas vezes inusitadas.
Apesar de só ter visto (e conhecido) a filmografia deles a partir do primeiro sucesso de crítica, com “Fargo”, ou seja, não assisti a seus primórdios com “Gosto de sangue” e “Arizona nunca mais”, gosto bastante da loucura embasada de seus filmes (à exceção do fraco “O amor custa caro”). Até para evocar os desígnios de uma América decadente, no oscarizado “Onde os fracos não têm vez” (que conjunturalmente é até imperfeito), os Cohen buscam uma forma interessante (na forma e no conteúdo) para persuadir reflexão de onde menos esperamos.
Indicado ao Oscar de melhor filme desse ano, “Um homem sério” é mais um desses exercícios estéticos dos diretores. Nesse caso, o exercício foi levado ao extremo, quase ao nível do hermetismo. Mais surpreendentemente, de forma positiva.
Ambientada no final da década de 60 (em uma direção de arte estilística) “A serious man” (título original) é a história de Larry Gopnik (vivido pelo ator Michael Stulhbarg), um professor de física infeliz que se esforça para fazer o certo e se sente perseguido pela incerteza e o desespero que toma sua vida com o pedido de divórcio da esposa, a estagnação de seu desequilibrado irmão, dentro de sua casa e as ameaças de um aluno que quer melhorar sua nota. Utilizando o terreno conhecido do humor negro, os Cohen satirizam o universo judaico de uma região suburbana dos EUA e, atrelam a essa sátira um melancólico tratado sobre a relação homem-valores-Deus. E tudo sob um verniz técnico primoroso e, assim como o ótimo filme anterior deles “Queime depois de ler”, uma trilha sonora perfeitamente integrada a trama.
Assumo que não é um filme para todos os gostos, principalmente pelo final, que não determina idéias e aposta na imaginação conclusiva do espectador. Mas vale a pena acompanhar as abstrações do roteiro (que foi escrito pelos próprios), pois o embate proposto entre as bases da razão e da doutrinação da fé resulta num filme, no mínimo, estimulante.
Dica de Música: “Autumn in New York ” (Billie Holliday)
Apesar de só ter visto (e conhecido) a filmografia deles a partir do primeiro sucesso de crítica, com “Fargo”, ou seja, não assisti a seus primórdios com “Gosto de sangue” e “Arizona nunca mais”, gosto bastante da loucura embasada de seus filmes (à exceção do fraco “O amor custa caro”). Até para evocar os desígnios de uma América decadente, no oscarizado “Onde os fracos não têm vez” (que conjunturalmente é até imperfeito), os Cohen buscam uma forma interessante (na forma e no conteúdo) para persuadir reflexão de onde menos esperamos.
Indicado ao Oscar de melhor filme desse ano, “Um homem sério” é mais um desses exercícios estéticos dos diretores. Nesse caso, o exercício foi levado ao extremo, quase ao nível do hermetismo. Mais surpreendentemente, de forma positiva.
Ambientada no final da década de 60 (em uma direção de arte estilística) “A serious man” (título original) é a história de Larry Gopnik (vivido pelo ator Michael Stulhbarg), um professor de física infeliz que se esforça para fazer o certo e se sente perseguido pela incerteza e o desespero que toma sua vida com o pedido de divórcio da esposa, a estagnação de seu desequilibrado irmão, dentro de sua casa e as ameaças de um aluno que quer melhorar sua nota. Utilizando o terreno conhecido do humor negro, os Cohen satirizam o universo judaico de uma região suburbana dos EUA e, atrelam a essa sátira um melancólico tratado sobre a relação homem-valores-Deus. E tudo sob um verniz técnico primoroso e, assim como o ótimo filme anterior deles “Queime depois de ler”, uma trilha sonora perfeitamente integrada a trama.
Assumo que não é um filme para todos os gostos, principalmente pelo final, que não determina idéias e aposta na imaginação conclusiva do espectador. Mas vale a pena acompanhar as abstrações do roteiro (que foi escrito pelos próprios), pois o embate proposto entre as bases da razão e da doutrinação da fé resulta num filme, no mínimo, estimulante.
Dica de Música: “Autumn in New York ” (Billie Holliday)
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