Por mais genérico que o termo “rock progressivo” possa parecer, a compreensão melódica do gênero é mais justificada quando esse paradigma é usado para tentar descrever a harmonia (!) sonora de bandas como “Muse”, “Radiohead” (que eu venero!) e, por que não, “Pink Floyd”. E por se tratar de uma experiência que respinga nos eixos midiáticos do Pop e nas singularidades do Psicodélico, fica fácil ser conquistado por essa convergência, que busca expandir os caminhos do rock propriamente dito (se é que isso existe como tal).
Nesse contexto se emana a compreensão do que é a banda Coldplay, da qual sempre fui fã e fui capaz de assistir a seu show, domingo, debaixo de uma fina e fria chuva carioca, na Apoteose. Como todo grupo que alcança a dimensão que a banda alcançou, o Coldplay é alvo de constantes ataques quanto a sua autenticidade no cenário musical (seu penúltimo cd “X&Y” foi injustamente atacado por tudo e todos), o que nunca levei em consideração nem como admirador, nem como pseudo-crítico (apesar de reconhecer que nunca conseguiram fazer um cd melhor que o primeiro “Parachutes”, de 1999). Os quartetos londrinos trilham sua carreira sem se envergonhar de acender uma vela para o pop e outra para o lisérgico, andando pelo sinuoso caminho aberto (eficientemente) pelo U2 e, mais tarde pavimentado pelo Radiohead. E o show foi exatamente isso: um espetáculo por si só, que não está ali para escamotear uma falta de consistência musical. As referências (estéticas e sonoras) às artes plásticas configuraram toda a direção do show, aberto com a obra-prima “Violet Hill”. Aliás, Chris Martin e cia começam logo com três poderosos hits do grupo: além da citada, veio “Clocks” (fundamental) e “In my place”. O set-list equilibrou músicas dos três últimos CDs, com pouquíssimas do primeiro e uma ausência sentida foi “Speed of sound” do penúltimo cd, um hit muito disseminado no meio da década passada. “Yellow”, primeiro grande sucesso, marcou presença com direito a mise-em-scene de bolas amarelas no palco.
O show tem sido acusado de superficial e pasteurizado, priorizando o espetáculo em detrimento da música. Tolice. O Coldplay dimensiona sua música para que o show passe a mesma sensação que o cd proporciona. E para essa espécie de liturgia pós-moderna, contam sim com o auxílio de fogos de artifício e chuva de papéis; mas a base de toda essa alegoria é a melodia que conseguem extrair de suas guitarras e pianos. Então, viva La vida!
Dica de Música: “A rush of blood to the head” (Coldplay)
Nesse contexto se emana a compreensão do que é a banda Coldplay, da qual sempre fui fã e fui capaz de assistir a seu show, domingo, debaixo de uma fina e fria chuva carioca, na Apoteose. Como todo grupo que alcança a dimensão que a banda alcançou, o Coldplay é alvo de constantes ataques quanto a sua autenticidade no cenário musical (seu penúltimo cd “X&Y” foi injustamente atacado por tudo e todos), o que nunca levei em consideração nem como admirador, nem como pseudo-crítico (apesar de reconhecer que nunca conseguiram fazer um cd melhor que o primeiro “Parachutes”, de 1999). Os quartetos londrinos trilham sua carreira sem se envergonhar de acender uma vela para o pop e outra para o lisérgico, andando pelo sinuoso caminho aberto (eficientemente) pelo U2 e, mais tarde pavimentado pelo Radiohead. E o show foi exatamente isso: um espetáculo por si só, que não está ali para escamotear uma falta de consistência musical. As referências (estéticas e sonoras) às artes plásticas configuraram toda a direção do show, aberto com a obra-prima “Violet Hill”. Aliás, Chris Martin e cia começam logo com três poderosos hits do grupo: além da citada, veio “Clocks” (fundamental) e “In my place”. O set-list equilibrou músicas dos três últimos CDs, com pouquíssimas do primeiro e uma ausência sentida foi “Speed of sound” do penúltimo cd, um hit muito disseminado no meio da década passada. “Yellow”, primeiro grande sucesso, marcou presença com direito a mise-em-scene de bolas amarelas no palco.
O show tem sido acusado de superficial e pasteurizado, priorizando o espetáculo em detrimento da música. Tolice. O Coldplay dimensiona sua música para que o show passe a mesma sensação que o cd proporciona. E para essa espécie de liturgia pós-moderna, contam sim com o auxílio de fogos de artifício e chuva de papéis; mas a base de toda essa alegoria é a melodia que conseguem extrair de suas guitarras e pianos. Então, viva La vida!
Dica de Música: “A rush of blood to the head” (Coldplay)
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