Um de meus grandes ídolos no cinema é o cineasta italiano Federico Fellini, que me arrebatou com a obra-prima “Noites de Cabíria” (de 1957). Ainda não assisti a toda sua filmografia, mas se existe uma consonância em sua obra é a forma idílica com que olha para a relação de um personagem com a vida. Para muitos sua verdadeira obra-prima, “Oito e meio” é um de seus filmes mais emblemáticos, onde retrata a crise criativa de um diretor que busca nas lembranças de mulheres importantes de seu passado, uma perspectiva para o futuro.
Depois que o argumento fez sucesso na Broadway, eis que o cinema americano resolveu encarar a difícil missão de adaptá-lo, como um musical. E a grandeza do projeto começou pelo elenco: Daniel Day-Lewis, Nicole Kidman, Judi Dench, Marion Cotillard, Penélope Cruz, Kate Hudson, Sophia Loren... desses, só Kate Hudson nunca foi premiada com Oscar. E o filme é dirigido por Rob Marshall, que fez um trabalho convencional (mas premiado) em “Chicago” e excessivamente melodramático em “Memórias de uma gueixa“. Apesar das credenciais, o filme – como um todo – não funciona, ou melhor, não entusiasma. Os números musicais são ótimos, mas creio que quando um musical só engata quando entram os números musicais, isto se torna um problema. Ao narrar esse hiato criativo de Guido, personagem de Day-Lewis, o roteiro e a direção não conseguiram imprimir um ritmo plausível ou uma solução narrativa mais coerente com a energia de um musical, mesmo os mais sombrios, como neste caso. Marshall restringe demais as possibilidades cênicas da crise existencial de seu protagonista, o que torna o filme monótono e irregular. No que sabe fazer melhor, o diretor capricha, como nas apresentações de Hudson e (na melhor música do filme) em “Be italian”, com uma participação inesperada (e esquisita) da cantora Fergie.
Pode ser que tenha havido aqui um excesso de expectativa, mas “Nine” não disse a que veio como cinema... Talvez como inspiração para futuros clipes musicais a coisa desça melhor. Neste caso, creio que Fellini nem se importaria...
Dica de Música: “Be italian” (Fergie)
Depois que o argumento fez sucesso na Broadway, eis que o cinema americano resolveu encarar a difícil missão de adaptá-lo, como um musical. E a grandeza do projeto começou pelo elenco: Daniel Day-Lewis, Nicole Kidman, Judi Dench, Marion Cotillard, Penélope Cruz, Kate Hudson, Sophia Loren... desses, só Kate Hudson nunca foi premiada com Oscar. E o filme é dirigido por Rob Marshall, que fez um trabalho convencional (mas premiado) em “Chicago” e excessivamente melodramático em “Memórias de uma gueixa“. Apesar das credenciais, o filme – como um todo – não funciona, ou melhor, não entusiasma. Os números musicais são ótimos, mas creio que quando um musical só engata quando entram os números musicais, isto se torna um problema. Ao narrar esse hiato criativo de Guido, personagem de Day-Lewis, o roteiro e a direção não conseguiram imprimir um ritmo plausível ou uma solução narrativa mais coerente com a energia de um musical, mesmo os mais sombrios, como neste caso. Marshall restringe demais as possibilidades cênicas da crise existencial de seu protagonista, o que torna o filme monótono e irregular. No que sabe fazer melhor, o diretor capricha, como nas apresentações de Hudson e (na melhor música do filme) em “Be italian”, com uma participação inesperada (e esquisita) da cantora Fergie.
Pode ser que tenha havido aqui um excesso de expectativa, mas “Nine” não disse a que veio como cinema... Talvez como inspiração para futuros clipes musicais a coisa desça melhor. Neste caso, creio que Fellini nem se importaria...
Dica de Música: “Be italian” (Fergie)
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