O diretor Ridley Scott sofre do mesmo mal que muitas vezes acomete Martin Scorcese: o pecado da grandiloqüência. É quando seus filmes levam-se a sério demais ou se perdem na grandiosidade do projeto, limitando qualquer sinal de profundidade. No caso de Ridley, isso foi
visto em "Gladiador" (mesmo com o Oscar e a adoração de muitos), "O gangster" e no chatíssimo "Cruzada". "Robin Hood", seu mais recente lançamento também cai nessa armadilha, com o adendo de ser construído por um roteiro fraco e sofrendo de crise de identidade. Nem parece que estamos falando do mesmo realizador de clássicos como "Blade Runner" e "Alien, o oitavo passageiro". Retomando a parceria com o mala do Russel Crowe, que dá vida a um Robin um tanto burocrático e fora de forma (nada contra, mas é incômodo notar que, à exceção do ótimo "O informante", suas performances são sempre repetitivas), o filme se pauta sobre a origem do mito do "ladrão que rouba ricos para os pobres", numa espécie de prequel. Se levarmos em conta o cuidado na ambientação histórica, muito interessante por sinal (as intrigas na esfera do reinado do rei João), o filme é até digerível, mas o roteiro, mais preocupado em respaldar o espetáculo das batalhas que permeiam a história, vai pelo caminho do clichê em diversas situações, o que acaba revelando a fragilidade de sua narrativa (a forma como o personagem de Robin Hood entra de fato na trama principal, é digna de "Malhação"). Tecnicamente perfeito (a batalha final do desembarque dos franceses na Inglaterra é espetacularmente bem filmada), "Robin Hood" acaba por perder todo o seu potencial por preocupar-se demais em agradar às forças que dominam a bilheteria atual. A grandiloqüência aqui atende pura e simplesmente ao espetáculo. Mas, nesse caso, isso não é sinal de mérito ou relevância.
Dica de Música: "Cemeteries of London" (Coldplay)
visto em "Gladiador" (mesmo com o Oscar e a adoração de muitos), "O gangster" e no chatíssimo "Cruzada". "Robin Hood", seu mais recente lançamento também cai nessa armadilha, com o adendo de ser construído por um roteiro fraco e sofrendo de crise de identidade. Nem parece que estamos falando do mesmo realizador de clássicos como "Blade Runner" e "Alien, o oitavo passageiro". Retomando a parceria com o mala do Russel Crowe, que dá vida a um Robin um tanto burocrático e fora de forma (nada contra, mas é incômodo notar que, à exceção do ótimo "O informante", suas performances são sempre repetitivas), o filme se pauta sobre a origem do mito do "ladrão que rouba ricos para os pobres", numa espécie de prequel. Se levarmos em conta o cuidado na ambientação histórica, muito interessante por sinal (as intrigas na esfera do reinado do rei João), o filme é até digerível, mas o roteiro, mais preocupado em respaldar o espetáculo das batalhas que permeiam a história, vai pelo caminho do clichê em diversas situações, o que acaba revelando a fragilidade de sua narrativa (a forma como o personagem de Robin Hood entra de fato na trama principal, é digna de "Malhação"). Tecnicamente perfeito (a batalha final do desembarque dos franceses na Inglaterra é espetacularmente bem filmada), "Robin Hood" acaba por perder todo o seu potencial por preocupar-se demais em agradar às forças que dominam a bilheteria atual. A grandiloqüência aqui atende pura e simplesmente ao espetáculo. Mas, nesse caso, isso não é sinal de mérito ou relevância.
Dica de Música: "Cemeteries of London" (Coldplay)
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