Ser cinéfilo pode ser uma tarefa árdua, às vezes. Por mais paixão que se tenha, rotineiramente (e isso em âmbito mundial, não só na seara hollywoodiana) somos reféns de bobagens, pretensões e oportunismos, em filmes cada vez mais chatos, ruins ou insossos. "Caso 39", suspense do diretor alemão Christian Alvart, estrelado por Renée Zellweger, é um destes casos. Na verdade, nem diria que é de fato um filme ruim, mas é sim uma bobagem, que cai na mesmice de seguir os diversos exemplares do gênero, como o clássico "A profecia" ou o recente "A órfã". Zellweger faz uma assistente social que, após livrar uma menina da opressão mortal de seus pais, resolve adotá-la. Óbvio que a menina acaba se revelando um ser diabólico que destrói tudo e todos a sua volta. Só esse argumento já cansa de tão batido e a realização não ajuda muito. Vale ressaltar que a direção é até caprichosa, imprimindo um clima propício de suspense, mas o roteiro é cheio de incoerências e o espectador fica se perguntando como uma atriz de renome como Renée caiu num projeto desses. E o pior são os sustos gratuitos e injustificáveis que pipocam a todo instante, só comprovando a consistência de um pires da história. Enfim, é um filme muito mais adequado para uma decadente sessão de sábado do Supercine...
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