Mais do que agradecer o “ibope” de meu blog, eu fico super contente com a resposta efetiva que venho tendo de meus poucos leitores. Há alguns meses havia escrito um post sobre a regularidade do formato de séries americanas (que particularmente, eu adoro) em nossa TV. Talvez por isso, recebi alguns emails cobrando um comentário sobre as novas séries e temporadas que estrearam na TV aberta nos últimos meses. Reitero que ainda não consegui acompanhar a última temporada de “Filhos do Carnaval”, série elogiadíssima da HBO brasileira. Pelo pouco que vi, me pareceu uma evolução à também bem feita primeira temporada. Quanto às atrações globais, cabe aqui um comentário mais vasto:
“Força-Tarefa” : A série ganhou mais cinco minutos de duração e é perceptível que sua dinâmica acompanha esse crédito da emissora. Mas ainda acho que o roteiro (dos feras Fernando Bonassi e Marçal Aquino) ainda desalinha-se com a direção do José Alvarenga Jr. Mesmo estando muito acima da média da maioria dos roteiros da casa, a série me passa a sensação de almejar ser um produto que não consegue ser e, nesta nova temporada, continua o marasmo, digamos, institucional da procuradoria, onde se situa boa parte da trama, numa mesa redonda, envolta de personagens totalmente desperdiçados, dentre eles os ótimos Julio Cazarré e Hermila Guedes. O tenente Wilson de Murilo Benício ainda é o grande acerto dramático do projeto. Gosto e acompanho a série (e creio que seus problemas são resolvíveis), mas suas limitações ainda persistem.
“S.O.S Emergência” : O programa tem clara inspiração num tipo de humor muito disseminado com o sucesso da série americana “30Rock”, cria da comediante Tina Fey. Mas, com roteiro de Marcius Melhem e Daniel Adjafre, a graça fica mais consonante com a gratuidade histérica do “Nós da fita” e afins, do que da espontaneidade da situação almejada. Ainda que conte com um elenco muito inteirado com o gênero (Ney Latorraca, Marisa Orth, Fabio Lago e Maria Clara Gueiros são destaques) e direção competente de Mario Mendonça Filho, o resultado soa mais como um pastiche de um sitcom americano.
“Vida Alheia” : O multifacetado Miguel Falabella acertou desta vez ao retratar o universo fugaz das celebridades, através de uma revista sobre o tema. Procurando não se focar apenas no humor, a série tem acertado na crítica e no deboche ao circo que promove. O elenco também surpreende com Cláudia Jimenez e Marília Pêra, em personagens muito bem construídos. Talvez falte uma lapidação maior na direção da Cininha de Paula (o mesmo problema de “Força-Tarefa”), dada a falta de vigor em certas cenas promissoras, mas o conjunto é bem animador.
“Separação” : A melhor estréia do gênero da Globo, em 2010, até agora. Nem preciso salientar o talento de Fernanda Young e Alexandre Machado, mas nessa nova série eles conseguiram o desafio de desprender-se do absoluto sucesso que fora “Os normais”, dando um complemento divertido ao cotidiano de um casal, na urgência de um desgaste de convívio. O humor aqui é embasado entre o irônico e o nonsense, nada muito diferente do, já apresentado, universo dos autores, mas a perspectiva se renova com a qualidade do texto da série. Vladimir Britcha, que tem uma interpretação cômica marcada por gags conhecidos, surpreende ao compreender o intertexto exato do roteiro, e Débora Bloch, que já havia trabalhado inúmeras vezes com a dupla (e ainda passou pelo clássico “TV Pirata”) também cumpre seu papel de forma eficiente. Alvarenga Jr., que também dirige o já citado “Força-Tarefa”, aqui trabalha em terreno conhecido, já que firmou um estilo estético na parceria com os autores, desde 2001. O diretor consegue um resultado mais bem sucedido e orgânico do que na série policial. O saldo é que há muito que um programa não nos deixa preso em casa, em plena sexta-feira à noite.
Dica de Música: “Matizes” (Djavan)
“Força-Tarefa” : A série ganhou mais cinco minutos de duração e é perceptível que sua dinâmica acompanha esse crédito da emissora. Mas ainda acho que o roteiro (dos feras Fernando Bonassi e Marçal Aquino) ainda desalinha-se com a direção do José Alvarenga Jr. Mesmo estando muito acima da média da maioria dos roteiros da casa, a série me passa a sensação de almejar ser um produto que não consegue ser e, nesta nova temporada, continua o marasmo, digamos, institucional da procuradoria, onde se situa boa parte da trama, numa mesa redonda, envolta de personagens totalmente desperdiçados, dentre eles os ótimos Julio Cazarré e Hermila Guedes. O tenente Wilson de Murilo Benício ainda é o grande acerto dramático do projeto. Gosto e acompanho a série (e creio que seus problemas são resolvíveis), mas suas limitações ainda persistem.
“S.O.S Emergência” : O programa tem clara inspiração num tipo de humor muito disseminado com o sucesso da série americana “30Rock”, cria da comediante Tina Fey. Mas, com roteiro de Marcius Melhem e Daniel Adjafre, a graça fica mais consonante com a gratuidade histérica do “Nós da fita” e afins, do que da espontaneidade da situação almejada. Ainda que conte com um elenco muito inteirado com o gênero (Ney Latorraca, Marisa Orth, Fabio Lago e Maria Clara Gueiros são destaques) e direção competente de Mario Mendonça Filho, o resultado soa mais como um pastiche de um sitcom americano.
“Vida Alheia” : O multifacetado Miguel Falabella acertou desta vez ao retratar o universo fugaz das celebridades, através de uma revista sobre o tema. Procurando não se focar apenas no humor, a série tem acertado na crítica e no deboche ao circo que promove. O elenco também surpreende com Cláudia Jimenez e Marília Pêra, em personagens muito bem construídos. Talvez falte uma lapidação maior na direção da Cininha de Paula (o mesmo problema de “Força-Tarefa”), dada a falta de vigor em certas cenas promissoras, mas o conjunto é bem animador.
“Separação” : A melhor estréia do gênero da Globo, em 2010, até agora. Nem preciso salientar o talento de Fernanda Young e Alexandre Machado, mas nessa nova série eles conseguiram o desafio de desprender-se do absoluto sucesso que fora “Os normais”, dando um complemento divertido ao cotidiano de um casal, na urgência de um desgaste de convívio. O humor aqui é embasado entre o irônico e o nonsense, nada muito diferente do, já apresentado, universo dos autores, mas a perspectiva se renova com a qualidade do texto da série. Vladimir Britcha, que tem uma interpretação cômica marcada por gags conhecidos, surpreende ao compreender o intertexto exato do roteiro, e Débora Bloch, que já havia trabalhado inúmeras vezes com a dupla (e ainda passou pelo clássico “TV Pirata”) também cumpre seu papel de forma eficiente. Alvarenga Jr., que também dirige o já citado “Força-Tarefa”, aqui trabalha em terreno conhecido, já que firmou um estilo estético na parceria com os autores, desde 2001. O diretor consegue um resultado mais bem sucedido e orgânico do que na série policial. O saldo é que há muito que um programa não nos deixa preso em casa, em plena sexta-feira à noite.
Dica de Música: “Matizes” (Djavan)
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