“Você tem que se dar por satisfeita que eu ainda queira te ver pelada depois que inventaram a internet banda larga!”. A frase dita por Rui para sua noiva Vani pontua bem o nível do novo filme da franquia televisiva “Os Normais”, que também voltará para mais uma temporada na TV (Viva!), em 2010.
“Os Normais 2, a noite mais maluca de todas” é continuação do bom primeiro filme. É preciso admitir que o diretor, Jose Alvarenga, melhorou muito de um filme para outro. Enquanto o primeiro se ressentia de sua origem, quase como filme de estúdio, o segundo dá uma arrojada técnica, buscando um diálogo maior como cinema. Mas os grandes destaques do filme são mesmo duas mulheres: Fernanda Young, que em parceria (eterna) com o marido Alexandre Machado, bola as histórias bizarramente assimiláveis do programa e do filme, e Fernanda Torres, que consegue ser uma das atrizes mais espetaculares do mundo (premiada em Cannes!), mesmo com a mãe que tem.
Young, que sempre surpreende, não só pelos seus textos inconformados, mas também como apresentadora do hilário programa “Irritando Fernanda Young” (GNT), possui uma espécie de esquizofrenia criativa que rende trabalhos, no mínimo, singulares. A forma cínica como analisa a proximidade entre o cotidiano e o ridículo sempre dão o tom daquilo que externa, e no filme essa máxima é levada ao extremo.
Torres é uma atriz que consegue rir de si mesma com a mesma propriedade com que se leva a sério dando vida a um Tchecov. Essa inteligência cênica, aliado ao seu DNA poderoso faz com que a atriz precise de muito pouco para ganhar o espectador. Suas cenas no filme são sempre as mais engraçadas e espontâneas. Sem desmerecer o belo trabalho de seu parceiro, Luiz Fernando Guimarães, mas Fernanda é o tipo de atriz que faz graça até na falta dela.
O filme agrada bastante (no cinema que fui as gargalhadas eram ininterruptas), mesmo que muitas das piadas não funcionem (como a do bicho preguiça), mas isso é o preço do gênero. Young e seu marido souberam criar alternativas para seu casal de uma forma menos gratuita do que se esperava de um formato tão bem sucedido quanto esse. Claro que o elenco ajuda muito (incluindo aí as participações, como a de Drica Moraes), mas o bacana é se vê tomado pela proposta do filme e quando perceber já estar com a barriga doendo de tanto rir. O cinema brasileiro tem várias limitações mas fazer rir, desde a chanchada, sabemos fazer. E com os talentos contemporâneos dessas Fernandas, a dimensão só tende a aumentar (não à toa os EUA compraram os direitos do programa e pretendem fazer uma série similar na TV de lá). Se perto ninguém é normal, na tela grande então... Programa imperdível.
foto: Alexandre Machado, Fernanda Young (roteiristas), Luiz Fernando Guimarães, Fernanda Torres e o diretor do longa José Alvarenga.
“Os Normais 2, a noite mais maluca de todas” é continuação do bom primeiro filme. É preciso admitir que o diretor, Jose Alvarenga, melhorou muito de um filme para outro. Enquanto o primeiro se ressentia de sua origem, quase como filme de estúdio, o segundo dá uma arrojada técnica, buscando um diálogo maior como cinema. Mas os grandes destaques do filme são mesmo duas mulheres: Fernanda Young, que em parceria (eterna) com o marido Alexandre Machado, bola as histórias bizarramente assimiláveis do programa e do filme, e Fernanda Torres, que consegue ser uma das atrizes mais espetaculares do mundo (premiada em Cannes!), mesmo com a mãe que tem.
Young, que sempre surpreende, não só pelos seus textos inconformados, mas também como apresentadora do hilário programa “Irritando Fernanda Young” (GNT), possui uma espécie de esquizofrenia criativa que rende trabalhos, no mínimo, singulares. A forma cínica como analisa a proximidade entre o cotidiano e o ridículo sempre dão o tom daquilo que externa, e no filme essa máxima é levada ao extremo.
Torres é uma atriz que consegue rir de si mesma com a mesma propriedade com que se leva a sério dando vida a um Tchecov. Essa inteligência cênica, aliado ao seu DNA poderoso faz com que a atriz precise de muito pouco para ganhar o espectador. Suas cenas no filme são sempre as mais engraçadas e espontâneas. Sem desmerecer o belo trabalho de seu parceiro, Luiz Fernando Guimarães, mas Fernanda é o tipo de atriz que faz graça até na falta dela.
O filme agrada bastante (no cinema que fui as gargalhadas eram ininterruptas), mesmo que muitas das piadas não funcionem (como a do bicho preguiça), mas isso é o preço do gênero. Young e seu marido souberam criar alternativas para seu casal de uma forma menos gratuita do que se esperava de um formato tão bem sucedido quanto esse. Claro que o elenco ajuda muito (incluindo aí as participações, como a de Drica Moraes), mas o bacana é se vê tomado pela proposta do filme e quando perceber já estar com a barriga doendo de tanto rir. O cinema brasileiro tem várias limitações mas fazer rir, desde a chanchada, sabemos fazer. E com os talentos contemporâneos dessas Fernandas, a dimensão só tende a aumentar (não à toa os EUA compraram os direitos do programa e pretendem fazer uma série similar na TV de lá). Se perto ninguém é normal, na tela grande então... Programa imperdível.
foto: Alexandre Machado, Fernanda Young (roteiristas), Luiz Fernando Guimarães, Fernanda Torres e o diretor do longa José Alvarenga.
Dica de Música: "Eu sou neguinha" (versão Vanessa da Matta)
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