sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Achado...

Eu nunca vi uma série como “Lost”. Em todos os níveis. Nunca uma série gerou tanta discussão, tanta devoção, tanta rejeição, enfim, nunca uma série americana foi tão presente na cultura pop de uma geração. Eu mesmo, já tive uma relação de amor e ódio com o programa, até compreender que realmente não se trata de um produto de fácil absorção. Comecei muito interessado, depois achei cansativa e sem foco, até que a redescobri através dos boxes (por insistência de uma amiga, a quem agradeço) e pude “reapaixonar-me”. Criado pela tríade formada por J.J. Abrams (e sua mente insana), Jeffrey Lieber e Damon Lindelof, “Lost” realmente frustra àquele que espera por uma história que apenas procura decifrar o que é, de fato, aquela ilha misteriosa. E talvez até seja essa a grande reclamação de seus detratores. Mas a série vai muito mais além do jargão “o que é?”. Para quem está acompanhando e, nesse momento, está se contorcendo de ansiedade para a estréia da sexta e última temporada, sabe que o que a série tem a oferecer é uma história muitíssimo bem amarrada (ainda que muitas pontas ainda estejam soltas), com uma qualidade dramatúrgica impressionante, com diálogos e atuações de primeira linha (O que são as atuações dos atores Michael Emerson e Elisabeth Mitchel?) e uma sagaz capacidade de surpreender a cada episódio. Mas para compreender essas qualidades, realmente é necessária certa dose de paciência, pois ao longo de suas cinco primeiras temporadas a ousadia dos roteiristas são tão bizarras, que muitas vezes nos indagamos sobre o que estamos vendo na tela.
Desde pequeno sempre tive a intenção de tornar-me um escritor, seja em literatura, seja em roteiros. E uma grande lição que “Lost” me passou foi que uma dose de loucura e insanidade é muito importante para uma boa história. E a série é isso: resultado de um devaneio, muito bem embasado que mexe com nosso raciocínio e nos impulsiona a pensar. E não há nada de pretensioso nisso. Há sim uma boa dose de inteligência direcionada a cultura de massa. E que seja bem vinda.
O que motivou esse post é que, além de estarmos próximos da estréia da derradeira temporada, prevista para o início de fevereiro, que tem a difícil missão de explicar todas as perguntas que estão sem respostas desde sua estréia, em 2004, também porque acabei de assistir (quase que na íntegra) a quinta temporada (pois é, estou sempre atrasado nas séries) em DVD, e, ao fim do último episódio só posso dizer que fiquei desorientado. Esses roteiristas tem uma capacidade surreal de conduzir suas tramas, o que só torna qualquer tentativa de compreensão mais engenhosa, e ao mesmo tempo mais estimulante.
Se você anda sentindo a TV meio chata e sem criatividade, assista (e acompanhe) “Lost” para ver que nem sempre ficar perdido é um mal sinal, muito pelo contrário....
Obs: Pode parecer, mas esse não é um “Informe Publicitário” (Quem dera...) apenas um relato de um admirador de boas histórias.


Dica de Música: "My cherry amour" (Steve Wonder)

Um comentário:

Anônimo disse...

PO, abandonei a temporada logo no início,pois deu uma caída!Acho que por falta de tempo e interesse nunca mais retornei a assitir.
Mas ainda penso em algum dia assistir a logo tudo de uma vez...
abraços!
Seu texto tá bem interessante po!
Escreve benzão