domingo, 29 de novembro de 2009

Os Maias previram os clichês???

Existem duas formas de se encarar o mais novo filme-catástrofe lançado nos cinemas, o barulhento "2012": Ou você embarca no absurdo da trama e se contenta com a grandiloquencia dos efeitos especiais (neste caso, são impressionantemente bem feitos), ou se aborrece com o enxame de clichês que tentam amarrar as pontas do roteiro, um tanto preguiçoso. Rolland Emmerich, diretor especializado nesse gênero, com "Independence Day" e "Godzilla" no currículo, possui o domínio técnico das histrionices de seus filmes, mas mostra-se, a cada novo projeto, bem limitado a suas próprias armas dramatúrgicas, ao propor uma história que fundamente os seus efeitos visuais. O filme, como os vários exemplares do gênero, acompanha um família problemática e/ou desestruturada, um personagem profético e esquizofrenico, metáforas políticas primárias e um final solar e esperançoso. Esses são os ingredientes básicos de um filme-catástrofe habitual e Emmerich não parece tentar revertê-lo. Em quase três horas de duração "2012" gravita por esse premissa. Nem preciso dizer que se cortassem uma hora de filme não faria a menor falta. Apesar de alguns ganchos bem sacados aqui e ali (a idéia das arcas é interessante), nem os efeitos (que repito, merecem o Oscar pela inagualável eficiência) são o bastante para salvar o expectador do enfado.
Obs: Sim, o Cristo Redentor aparece, mas em pouquíssimos segundos, mas o mais bacana é que dessa vez, quando se ouve diálogos atribuído aqui, não é espanhol nem português de Portugal e sim a linguagem coloquial brasileira... isso raro quando o cinema americano se propõe a mostrar algo do "Brazil" em seus filmes.



Dica de Música: "Mar e sol" (Gal Costa)

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