Há alguns meses eu postei aqui no blog um texto sobre uma nova cantora que estava despontando no mainstrean da música POP: Janelle Monáe, que arrepiava em clipe um tanto personalista, trajando smoking e penteado iconoclasta, com a deliciosa e dançante música “Tightrope”. Qual foi a minha surpresa ao me deparar com o seu cd de estréia “The Archandroid”? Que o seu trabalho é realmente muito substancial, isso sem contar que ele vem sendo apontado por críticos do mundo inteiro – sim ela já está conhecida em escala global, ainda que timidamente – como um dos melhores do ano. O cd reúne um gama de ritmos – pop, funk, jazz e psicodélico – e se pretende conceitual ao “narrar” a paixão de uma andróide por um humano. Essa tal “narrativa” faz com que a seqüência de canções surpreenda, ora com uma orquestra “ao vivo”, ora com uma balada de R&B. Isso o torna, no mínimo, interessante e, de certa forma, uma experiência sensorial. Janelle tem uma voz que tanto nos remete as divas saudosistas das big bands sessentistas, quanto ao frescor das cantoras do chamado neo soul atual (que tem em Erykah Badu sua representante mor). Mais do que procurar impor uma personalidade, esse primeiro cd de Janelle (que conta com a contagiante produção do Outkast) indica que a talentosa cantora está, de fato, à procura da batida perfeita sem medo de experimentar e assumindo os riscos de uma estreia. A energia melódica de “Faster”, a sofisticação rítmica de “Locked Inside” e balada quase dramática de “Neon Valley Street” são provas latentes da adesão irrestrita desse trabalho. Belíssimo cd que vocês não podem deixar de conhecer...
Dica de Música: não tem como resistir a baba "Tightrope" dela...
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