quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Razão e/ou emoção



E, como de praxe, já começam a pipocar na imprensa especializada, os prováveis indicados ao maior prêmio do cinema americano, o Oscar 2010, que ano que vem virá com a novidade de ter 10, e não 5, filmes indicados. “Nine”, musical de Rob Marshall, já comentado aqui no blog, é um dos que, certamente estarão no páreo. Assim como o novo filme dos irmãos Cohen “A Serious Man”. Tem também os novos filmes de Scorcese, Clint Eastwood (que sempre aguardo ansioso) e Jane Campion. Mas dentre as várias especulações alimentadas, destaco o novo filme do ótimo diretor Joe Wright, “O solista” (trailer abaixo). Há tempos que venho prestando atenção no trabalho deste cineasta, que se notabilizou pela forma lúcida com que submergiu do universo romântico de Jane Austen, em seu belo filme “Orgulho e preconceito”. A forma como ele filmou as intempéries sentimentais da autora inglesa, foi de uma beleza (e destreza) pouco vistas no cinema recente. Dois anos depois, em 2007, ainda em uma adaptação literária, só que dessa vez baseada em romance do colérico autor americano Ian McEwan, Joe consagra-se com sua obra-prima “Atonement”, ou “Desejo e reparação” (foto acima). Considero esse um dos melhores filmes já feitos, pela perfeita absorção do discurso literário adaptado, pelo paradoxo estético que evoca, quando confronta o classicismo da trama com sua estrutura não-linear e pela sincera maneira de nos fazer refletir e nos emocionar, sem valer de recursos fáceis de persuasão. O filme é uma fábula sobre o verbo reparar e o peso de suas conseqüências. O cineasta emoldura isso de forma tão entusiasmada e surpreendente que fica difícil enquadrar a produção em algum nicho específico, mas fica fácil sentir a sensação de que na vida, nem sempre são escolhas próprias que ditam um caminho. McEwan professou em letras e o competente diretor conseguiu dar a melhor forma ao conflito veemente que o discurso suscita.
Pautado nisso, que estou muito curioso para assistir a seu novo filme, que é baseado em fatos reais, sobre o redentor poder da música. Na história, o jornalista Steve Lopez (Robert Downey Jr.) descobre por acaso a existência de Nathaniel Anthony Ayers (Jamie Foxx), um ex-estudante da universidade Julliard e prodígio em música clássica, que agora se vê na condição de sem-teto e passa os dias tocando violino e violoncelo nas ruas de Los Angeles. Promete ser um drama daqueles apoteóticos, que nas mãos de muitos outros diretores cairiam no dramalhão, mas com Wright creio que toda a lágrima será justificada.



Dica de Música: "Maria de Verdade" (Marisa Monte)

Um comentário:

Anônimo disse...

Ainda não sabia essa do Oscar hahaha! De 5 para 10, fica mais difícil, porém em algumas categorias é bom pois acaba apresentando mais filmes.
abçs

Tb espero por "o solista "!