
Em sua estréia nos cinemas, transformou o terceiro “Missão Impossível” no melhor dos três filmes, com sua visão estratégica para a premissa batida que tinha em mãos. Fora seu trabalho como produtor: a forma como “Cloverfield: Mostro” foi vendida e divulgada, é para se estudar em escolas de marketing.
‘Star Trek” veio para coroar todas essas qualidades. Nunca fui fã da cinessérie e todas as tentativas de ressuscita-la foram risíveis (o que que é “Nêmesis” ?) . Entre a cafonice espacial “trekiana” e o verdadeiro ensaio sobre o poder que “Star Wars” oferecia, ficava com a segunda opção. Imagino que Abrams tenha tido muito trabalho nesta adaptação, já que o mesmo também se diz avesso aos filmes anteriores. Mas o resultado é muito bom. O filme consegue sintetizar bem o clima dos anteriores sob uma perspectiva moderna e, narrativamente, bem respaldada. O diretor é mestre na estruturação de suas tramas e aqui, essa proeza é vital para agradar aos fãs xiitas e ainda angariar novos públicos.
Diferente de “Watchman”, que apesar de ser um filmaço, conta com um elenco muito aquém, “Star Trek” atualiza-se com um elenco bem escolhido. Chris Pine e Zachary Quinto dão a precisa intensidade que o histórico duelo entre Kirk e Spok necessita. Aliás, Pine é uma surpresa. Camuflado em insossas comédias românticas, o ator nunca mostrou muita expressividade no cinema, mas no filme, sua atuação é solar.
O filme remonta a infância dos protagonistas para, assim, recontar a saga da tripulação da USS Enterprise. Nesse contexto, Abrams e seus dois roteiristas (Alex Kurtzman e Roberto Orci) subvertem o antigo conceito da franquia, amparando assim muitas possibilidades para futuros filmes (que com o sucesso deste, já está certo que dentro de dois anos teremos uma nova aventura). Assim como feito no filme de Tom Cruise, a reinvenção que J. J. propõe em “Star Trek” é preponderante para a perenidade do filme, porque ele manipula como ninguém a dualidade (tão rara) entre adrenalina narrativa e inteligência discursiva. Spielberg já tem um substituto a altura.
Dica de música: “Feel good” (Gorillaz)
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