terça-feira, 26 de maio de 2009

Melodias Visuais


Não tem nada mais controverso, para os espectadores de cinema, do que o gênero musical. Os que amam possuem suas defesas apaixonadas (como ignorar a grandiosidade literal de um “Cantando na chuva?”). Já os que odeiam, desdenham das costumeiras interrupções narrativas para músicas piegas. Eu, particularmente, gosto bastante, mas tenho a ciência de ser um gênero delicado e que, para ficar bom, precisa ser muito bem feito (casos recentes? “Hairspray”, apesar dos defeitos, nos ganha pela graça. “Dreamgirls” é um equívoco só).
No início dos anos 2000, começou a crescer na indústria Hollywoodiana um verdadeiro revival dos musicais, puxados pela obra-prima de Baz Luhrmann “Moulin Rouge”, um dos musicais mais interessantes e bem feitos da história do cinema. Assim, tivemos o remake de “Chicago” de Rob Marshall, que acabou levando o Oscar de melhor filme de 2002 e não parou mais (inclusive influenciando o cinema europeu - “Oito mulheres” - e até o brasileiro, com o equivocado “Maré, Nossa história de amor”). E a tendência – com o contínuo sucesso em filmes como o carismático “Mamma Mia!” e o fenômeno teen “High School Musical” – é cada vez mais termos os cinemas inundados de filme do gênero. Isso sem contar o irretocável número do ator Hugh Jackman com a cantora Beyoncé na noite do Oscar deste ano, onde homenageavam os musicais mais emblemáticos do cinema. Vale a conferida no Youtube...
http://www.youtube.com/watch?v=2WvJa2ZxFco
E a nova estréia aguardada é “Nine, o musical”, do mesmo diretor de “Chicago” (que vem do decepcionante “Memórias de uma gueisha”) . O Estúdio acabou de liberar o trailer (no link abaixo) e me pareceu um filme e tanto (apesar de “Chicago” ter sido bem convencional). O filme tem um elenco extraordinário com Nicole Kidman, Penélope Cruz, Marion Cottilard, Judi Dench, Sophia Loren, Kate Hudson e a cantora Fergie. Protagonizado pelo fera Daniel Day-Lewys, o musical é uma adaptação de um musical da Broadway (jura?), consequentemente inspirado no clássico filme “Oito e meio” do gênio Fellini, onde um cineasta (no filme italiano, vivido com graça por Marcello Mastroianni) entra em crise criativa e passa e rememorar as mulheres de sua vida.
O filme tem cara de Oscar (tanto que só será lançado lá fora em novembro e aqui, em janeiro de 2010) e um elenco, no mínimo, persuasivo. Bem, é esperar para ver se ele conseguirá converter mais alguns fãs para o gênero... Fred Aistaire agradeceria muito.


Dica de música: “Cheek to cheek” (Ginger Rogers & Fred Aistaire)

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