Baseado numa grafic novel de Warren Ellis e Cully Hamner, o filme “Red – Aposentados e Perigosos” se propõe uma comédia (de ação?), mas mais parece um pastiche de um grupo de atores veteranos que se divertiram bastante nas filmagens. Só que diferente de outro exemplar do gênero “Onze homens e um segredo”, desta vez não fomos convidados a participar de tal diversão.
O filme começa com o agente da CIA aposentado Frank Moses (vivido com graça por Bruce Willis), que leva uma vida regrada e pacata, envolto em uma platônica relação com a atendente de seu INSS. Até que descobre (de forma bem barulhenta) que está sendo perseguido por um grupo armado. Daí ele resolve juntar seus ex-companheiros da CIA (todos aposentados) para resolver esse “contratempo”.
Dirigido pelo alemão Robert Schewentke (do tenso “Plano de Vôo”) “Red” se vale de seu elenco realmente bom para contar sua história, que no fim das contas é tão desprezível quanto a forma que os roteiristas escolheram para amarrá-las, Sabe quando o filme é cheio de viravoltas banais para esconder sua falta de estofo? E essa estratégia (de elenco) funciona para o filme ser mais “consumível”.
Morgan Freeman (sóbrio como sempre), John Malcovick (a melhor coisa do filme) e Hellen Mirren (elegantemente dissonante de tudo) dão um verdadeiro comprimido de placebo com suas mise-em-scénes tornando a narrativa interessante, ainda que sob aspectos puramente cênicos. A eterna “Weed” Mary-Louise Parker é outra que, apesar de um papel muito mal desenvolvido, brilha como a “mocinha” da história; assim como brilham as participações dos veteranos Richard Dreyfuss e Ernest Borgnine.
Se conta com a interessante presença antagônica de Karl Urban, fazendo praticamente o mesmo papel feito em “A Supremacia Bourne”, o filme se equivoca justamente no momento em que mais deveria levar-se a sério: o amparo de um bom roteiro. Acaba que ficamos apenas de testemunhas da "alegre" aposentadoria alheia.
Dica de Música: "Don't explain" (Nina Simone)
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