sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Scott Pilgrim salva o cinema do tédio...

Num mundo ditado pela convergência, nada mais pertinente do que o cinema acompanhar essa vertente seja pela estética, seja pelo próprio conceito. “Scott Pilgrim contra o Mundo” leva essa máxima à perfeição, se firmado como a melhor adaptação de um videogame que não existiu previamente como jogo. Trata-se de uma Hq. O diretor Edgar Wright conseguiu cristalizar com perfeição essa conjuntura, trazendo todos os códigos visuais dessas duas mídias (HQs e games) tão idiossincráticas. Scott (vivido por Michael Cera, especialista nesse tipo de papel) se apaixona por Ramona, mas para efetivar uma relação precisa enfrentar todos os seus ex-namorad0s. Daí somos jogados a uma sucessão de gags visuais e muito divertidas, que procura o tempo inteiro delimitar e interagir às possibilidades desses veículos resultando num filme vívido e deliciosamente original.
Apesar de todo o deslumbramento visual do filme, Wright consegue evocar perfeitamente as novas configurações de uma juventude tão sintonizada com os meios e mensagens de sua era. Saber dialogar nesses contextos é algo de suma importância para que o filme não se torne apenas um estilismo nerd. Tanto que o filme agrada a diversos públicos de formas diversificadas. Não compreendi o fracasso total de bilheteria nos EUA, algo que prejudicou sua exibição até aqui no Brasil (no Rio ainda não entrou em cartaz e pelo visto nem virá, restringindo-se a SP). Talvez tenha sido mal lançado, pois o filme é uma das coisas mais entusiasmantes que o cinema americano apresentou nos últimos anos. E o engraçado é que em meio a infantilização do cinema em geral, uma superprodução baseado em quadrinhos seja o último ranço de originalidade do cinemão.
Dica de Música: "Song 2" (Blur)

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo 100% com voce, até fiz uma critica um pouco "parecida" com a sua Renan, mais um belo texto.

http://www.edenpop.com/2010/11/critica-scott-pilgrim-contra-o-mundo.html