A diretora Eliane Caffé continua com sua forte marca autoral de fazer um cinema barroco, contextualizando um meio e um indivíduo numa dramaturgia bem pessoal. Seis anos após o premiado “Narradores de Javé”, ela volta com seu novo longa “O sol do meio dia” que acompanha a relação de dois desconhecidos sobre os grotões da região ribeirinha do Pará (região muito explorado pelo cinema nacional ultimamente). Chico Diaz e Luiz Carlos Vasconcelos dão vida a, respectivamente, Matuim e Artur. Enquanto o primeiro se enquadra no arquétipo do anti-herói que tem de fugir de Belém por causa de dívidas contraídas por seu falecido pai, o outro, que acaba de sair da cadeia por ter supostamente matado a esposa, mostra-se como um homem silencioso carregado pela culpa e pela abstração.
Caffé nivela a construção e desconstrução dessa relação ao longo do filme, que potencializa a máxima instintiva quando entra em cena a figura de uma mulher que, claro, vira um vértice de um triângulo amoroso.
“O sol do meio dia” talvez seja o filme mais consistente da diretora. E não dá para não observar o seu êxito em lapidar uma trama muito mais alicerçada nas motivações emocionais de seus personagens do que na ação. Mesmo que o roteiro não avance (em termos dramatúrgicos), a direção está sempre ali para manter o filme dentro da pertinência de sua história.
Caffé nivela a construção e desconstrução dessa relação ao longo do filme, que potencializa a máxima instintiva quando entra em cena a figura de uma mulher que, claro, vira um vértice de um triângulo amoroso.
“O sol do meio dia” talvez seja o filme mais consistente da diretora. E não dá para não observar o seu êxito em lapidar uma trama muito mais alicerçada nas motivações emocionais de seus personagens do que na ação. Mesmo que o roteiro não avance (em termos dramatúrgicos), a direção está sempre ali para manter o filme dentro da pertinência de sua história.
Dica de Música: "Quando amanhecer" (Vanessa da Matta e Gilberto Gil)
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