terça-feira, 18 de agosto de 2009

Ferro velho

Existem filmes que deveriam devolver o valor do ingresso ao fim da sessão, de tão ruins que são. E foi essa a sensação que tive ao, depois de mais de duas horas, assistir a primeira continuação de “Transformers”: “A vingança dos derrotados”. O primeiro já não era lá essas coisas, mais parecendo um vídeo institucional de uma bienal do automóvel do Japão, mas ainda havia o aspecto “Sessão da Tarde” que rendia alguma graça. Com o sucesso absurdo, os carniceiros obs, os produtores investiram mais grana no projeto, rendendo mais efeitos, mais locações e... só. Esqueceram o mais primordial, o roteiro. O que eles chamam de história liga a origem dos robôs às pirâmides do Egito (!) causando uma espécie de possessão no protagonista, vivido como pode, por Shia LaBeouf (!!), enfim falta ao filme coerência, fluência e competência. O esquizofrênico diretor Michael Bay não ajuda, buscando soluções fáceis para a narrativa (excesso de travelings, banalização de sensualidade...). O diretor parece justificar cada cena com uma explosão pontual (o que neste filme é bem questionável já que, graficamente, os embates entre os tais robôs são irritantemente confusos) e a orientação cênica dos atores, praticamente inexiste.
Infelizmente parece que tais defeitos não fizeram muita diferença já que o filme fez a maior bilheteria do verão americano, claro, repercutindo no resto do mundo. Isso quer dizer que uma terceira sessão de tortura já está a caminho. Digo sem medo, é um dos piores filmes de Hollywood dos últimos anos, principalmente por conseguir piorar o filme original.
Hoje eu entendo porque o Spielberg recusou o projeto, atuando apenas como produtor. Fujam!
Dica de Música: "Passageiro" (Capital Inicial)

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