J. J. Abrams é, sem dúvida, uma das mentes mais criativas e prolíferas da seara hollywoodiana atual. Eu já havia esboçado um comentário sobre ele há alguns meses atrás neste blog. Tinha acabado de sair o trailer de “Star Trek”, reinvenção do clássico, dirigido por ele e aquele pequeno trecho me deixou muito entusiasmado. Abrams é roteirista, produtor e agora, diretor de algumas das melhores e mais representativas séries da tv americana. Começou a (me) chamar atenção com “Felicity”, série, aparentemente descompromissada, mas que traçava um interessante painel sobre os relacionamentos jovens na pré-maturidade. Logo depois, emplacou “Alias”, série pop de espionagem, que tinha um roteiro tão esquizofrênico quanto inteligente (o que virou sua marca incontestável). “Alias”, que durou cinco temporadas, até chegou a perder sua linha de “raciocínio” ao longo da temporada, mas o arremedo narrativo dele sempre foi preponderante para o sucesso da série. Em 2004, eis que surge “Lost”, criado por ele e seus dois parceiros Damon Lindelof e Carlton Cuse. A inventividade da trama – ainda que suscite muita irritação em boa parte da audiência – e a extrema habilidade em criar tramas que segurem o espectador, fez da série uma das melhores já produzidas no mundo. “Lost” é o emblema máximo de seu criador: criatividade, hiperatividade e substancialidade.
Em sua estréia nos cinemas, transformou o terceiro “Missão Impossível” no melhor dos três filmes, com sua visão estratégica para a premissa batida que tinha em mãos. Fora seu trabalho como produtor: a forma como “Cloverfield: Mostro” foi vendida e divulgada, é para se estudar em escolas de marketing.
‘Star Trek” veio para coroar todas essas qualidades. Nunca fui fã da cinessérie e todas as tentativas de ressuscita-la foram risíveis (o que que é “Nêmesis” ?) . Entre a cafonice espacial “trekiana” e o verdadeiro ensaio sobre o poder que “Star Wars” oferecia, ficava com a segunda opção. Imagino que Abrams tenha tido muito trabalho nesta adaptação, já que o mesmo também se diz avesso aos filmes anteriores. Mas o resultado é muito bom. O filme consegue sintetizar bem o clima dos anteriores sob uma perspectiva moderna e, narrativamente, bem respaldada. O diretor é mestre na estruturação de suas tramas e aqui, essa proeza é vital para agradar aos fãs xiitas e ainda angariar novos públicos.
Diferente de “Watchman”, que apesar de ser um filmaço, conta com um elenco muito aquém, “Star Trek” atualiza-se com um elenco bem escolhido. Chris Pine e Zachary Quinto dão a precisa intensidade que o histórico duelo entre Kirk e Spok necessita. Aliás, Pine é uma surpresa. Camuflado em insossas comédias românticas, o ator nunca mostrou muita expressividade no cinema, mas no filme, sua atuação é solar.
O filme remonta a infância dos protagonistas para, assim, recontar a saga da tripulação da USS Enterprise. Nesse contexto, Abrams e seus dois roteiristas (Alex Kurtzman e Roberto Orci) subvertem o antigo conceito da franquia, amparando assim muitas possibilidades para futuros filmes (que com o sucesso deste, já está certo que dentro de dois anos teremos uma nova aventura). Assim como feito no filme de Tom Cruise, a reinvenção que J. J. propõe em “Star Trek” é preponderante para a perenidade do filme, porque ele manipula como ninguém a dualidade (tão rara) entre adrenalina narrativa e inteligência discursiva. Spielberg já tem um substituto a altura.
Dica de música: “Feel good” (Gorillaz)
Em sua estréia nos cinemas, transformou o terceiro “Missão Impossível” no melhor dos três filmes, com sua visão estratégica para a premissa batida que tinha em mãos. Fora seu trabalho como produtor: a forma como “Cloverfield: Mostro” foi vendida e divulgada, é para se estudar em escolas de marketing.
‘Star Trek” veio para coroar todas essas qualidades. Nunca fui fã da cinessérie e todas as tentativas de ressuscita-la foram risíveis (o que que é “Nêmesis” ?) . Entre a cafonice espacial “trekiana” e o verdadeiro ensaio sobre o poder que “Star Wars” oferecia, ficava com a segunda opção. Imagino que Abrams tenha tido muito trabalho nesta adaptação, já que o mesmo também se diz avesso aos filmes anteriores. Mas o resultado é muito bom. O filme consegue sintetizar bem o clima dos anteriores sob uma perspectiva moderna e, narrativamente, bem respaldada. O diretor é mestre na estruturação de suas tramas e aqui, essa proeza é vital para agradar aos fãs xiitas e ainda angariar novos públicos.
Diferente de “Watchman”, que apesar de ser um filmaço, conta com um elenco muito aquém, “Star Trek” atualiza-se com um elenco bem escolhido. Chris Pine e Zachary Quinto dão a precisa intensidade que o histórico duelo entre Kirk e Spok necessita. Aliás, Pine é uma surpresa. Camuflado em insossas comédias românticas, o ator nunca mostrou muita expressividade no cinema, mas no filme, sua atuação é solar.
O filme remonta a infância dos protagonistas para, assim, recontar a saga da tripulação da USS Enterprise. Nesse contexto, Abrams e seus dois roteiristas (Alex Kurtzman e Roberto Orci) subvertem o antigo conceito da franquia, amparando assim muitas possibilidades para futuros filmes (que com o sucesso deste, já está certo que dentro de dois anos teremos uma nova aventura). Assim como feito no filme de Tom Cruise, a reinvenção que J. J. propõe em “Star Trek” é preponderante para a perenidade do filme, porque ele manipula como ninguém a dualidade (tão rara) entre adrenalina narrativa e inteligência discursiva. Spielberg já tem um substituto a altura.
Dica de música: “Feel good” (Gorillaz)
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