segunda-feira, 12 de julho de 2010

Evolução sexual?

Confesso que fica difícil fazer uma análise desapegada do novo filme baseado na série “Sex and the city”, uma vez que sou um dos milhares de saudosistas do programa, um dos mais interessantes da TV, que encerrou em 2004, na sexta temporada. Ainda assim, era visível que no primeiro filme, de 2008, a narrativa pecava pela falta de uma pegada mais... cinematográfica. Nesse quesito o novo longa é notadamente superior: a trama (ainda que limitada a sua premissa televisiva) consegue costurar bem seus entrelaçamentos e ainda faz uma ótima crônica sobre os relacionamentos cotidianos e suas implicações diante de um ingrediente salutar chamado tempo. Boa parte da ação se passa no Oriente Médio, o que descentraliza o universo agressivamente consumista da franquia, da famosa Nova Iorque assimilada no título. Se isso faz com que o filme perca em charme (tramas turísticas sempre resvalam em clichês culturais), por outro lado ganha em dinâmica, rendendo algumas boas cenas, principalmente com a personagem de Kim Cattrall, a libidinosa Samantha. Há um ponto de evolução da franquia no tocante ao alcance do longa, para além dos guetos de fãs: o humor. Afinal, tem coisa mais universal do que rir do ridículo que é a obsessão americana pelo consumismo desenfreado?


Dica de Música: "Window Seat" (Erykah Badu)


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