segunda-feira, 12 de julho de 2010

Classe executiva?

Além de gostar de cinema, tenho um prazer ainda maior em escrever sobre (e futuramente fazer...). Isso acaba fazendo com que procure ver o maior número possível de filmes, independendo do gênero (ainda que seja um suplício para eu ter de assistir a gêneros que não me identifique como western e filmes que enfoque guerras). Mas essa “disciplina” também pode trazer algumas surpresas (o faroeste “Os indomáveis”, com Russel Crowe me surpreendeu positivamente, há uns três anos atrás), como nesse “Esquadrão classe A”, que assisti recentemente no cinema. Não é o tipo de filme que me entusiasme e admito que fui ver com uma enorme má vontade. Remake de série mediana, com um lutador de luta livre entre os protagonistas??? Enfim, fui e, para minha surpresa, gostei bastante do filme. Dentro da vertente de recontar as histórias desde o início, vemos o motivo que uniu Hannibal, Cara-de-pau, BA e Murdock, os tais do “A – Team” original, e como acabam se metendo numa conspiração de implicações hierárquicas dos EUA. Óbvio que o filme incorre por concessões absurdas que personalizam o seu gênero de “filme de ação”. Mas o carisma do elenco (Liam Neeson, Bradley Cooper e o lutador Rampage fazem a química do grupo sobressair através de suas competentes performances individuais e Sharlto Copley, que brilhou no ótimo “Distrito 9”, é a grande atração cênica do filme, num personagem dificílimo) seguram a credibilidade do filme. Aliás, o roteiro é uma espécie de “Supremacia Bourne” espetacularizado, relativizando – mais uma vez no cinema americano – a política externa da era Bush (isso ainda vai render tanto. Lembram-se da contínua reverberação da Guerra do Vietnã?). Tudo isso feito com uma despretensão impressionante, uma habilidade narrativa invejável e um senso de oportunidade que talvez o mercado americano não tenha assimilado, já que a bilheteria foi decepcionante. Hummm, será que foi por isso que acabei gostando?


Dica de Música: "Around the world" (Red Hot Chili Peppers)

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