Pavor e glamour. Essa semana senti bem essas duas sensações (!?) ao assistir a dois filmes antigos em DVD. Primeiro assisti ao clássico do terror “O massacre da serra elétrica”, a versão original e não o remake teen de 2003. Todos sabem que o filme é baseado numa macabra história real, e talvez isso só alimente a eficácia da trama que, em tom etéreo e preciso tortura o espectador pela insanidade ininterrupta em pouco mais de uma hora de projeção. Não vi o remake citado, mas a versão original dificilmente será superada.
Num universo totalmente oposto, assisti também a outro clássico, mas desta vez menos underground: “Bonequinha de luxo”, filme-simbólo da atriz Audrey Hepburn. Baseado no livro de Truman Capote, a produção compensa em glamour (no sentido imagético da coisa) a sua camuflagem social da história original, onde a protagonista é uma prostituta de luxo e o galã (vivido pelo ator George Peppard) é homossexual. Claro que para época (1961) era um tanto subversivo levar o livro ao pé da letra, o que acabou por adocicar demais a história, onde tudo é muito implícito. É um filme leve, e o charme de Hepburn é um fator de extrema importância para sua relevância: a cena dela cantando “Moon river” é deliciosa. No geral, se peca pelo conservadorismo, se redime por nos transportar a ilusória cosmética do “american way of life”.
Acabei de ler “Vastas emoções e pensamentos imperfeitos” de Rubem Fonseca. Mais um livro vigoroso do autor, ainda que aquém de suas obras-primas, como “Agosto” e “O caso Morel”, este, que li recentemente. Rubem procura relativizar o poder da imaginação na vida prática de um indivíduo, com um mosaico de personagens interessantíssimos. Recomendo desde já este livro, cheio de expectativas para o lançamento de seu próximo projeto, em nova editora, a Agir, programado para novembro.
Num universo totalmente oposto, assisti também a outro clássico, mas desta vez menos underground: “Bonequinha de luxo”, filme-simbólo da atriz Audrey Hepburn. Baseado no livro de Truman Capote, a produção compensa em glamour (no sentido imagético da coisa) a sua camuflagem social da história original, onde a protagonista é uma prostituta de luxo e o galã (vivido pelo ator George Peppard) é homossexual. Claro que para época (1961) era um tanto subversivo levar o livro ao pé da letra, o que acabou por adocicar demais a história, onde tudo é muito implícito. É um filme leve, e o charme de Hepburn é um fator de extrema importância para sua relevância: a cena dela cantando “Moon river” é deliciosa. No geral, se peca pelo conservadorismo, se redime por nos transportar a ilusória cosmética do “american way of life”.
Acabei de ler “Vastas emoções e pensamentos imperfeitos” de Rubem Fonseca. Mais um livro vigoroso do autor, ainda que aquém de suas obras-primas, como “Agosto” e “O caso Morel”, este, que li recentemente. Rubem procura relativizar o poder da imaginação na vida prática de um indivíduo, com um mosaico de personagens interessantíssimos. Recomendo desde já este livro, cheio de expectativas para o lançamento de seu próximo projeto, em nova editora, a Agir, programado para novembro.
Dica de Música: "Dois pra lá, dois pra cá" (Elis Regina)
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