
Dois detetives particulares são designados para investigar o misterioso desaparecimento da pequena Amanda McCready (Madeline O'Brien). Quando começam as buscas eles descobrem que nada no caso é o que parece ser. Em última instância, os dois terão de arriscar a sua própria amizade e tudo o que têm de mais valioso - as suas relações afetivas, suas saúdes mentais e até mesmo as suas próprias vidas - para encontrar a verdade sobre a menina desaparecida. Como toda história de Lehane, o roteiro se vale da busca pelo obscuro para revelar o papel de cada personagem diante de situações extremas. Protagonizado pelo irmão do diretor Casey Affleck (que se destacou em “O assassinato de Jesse James pelo covarde John Ford”), e com um elenco de luxo, contando com Morgan Freeman, Ed Harris (muito bom) e Amy Ryan (indicada ao Oscar), “Medo da verdade” se impõe pela direção equilibrada de Affleck, mas tropeça justamente na engenhosidade pedestre do roteiro, escrito pelo próprio autor, com o diretor e com Aaron Stockard. Parece que o filme fica guardando história e se mostra fragilizado pelo excesso de tramas e personagens desnecessários. Ao verter para o cinema, Lehane acabou por perder o controle de sua história literária (o que não acontece em “Sobre meninos e lobos”) e o filme perde o ritmo, só recobrando a coerência em seu final, que mostra bem a maestria discursiva do autor.
Apesar do relativo sucesso nos EUA, o filme não estreou em nossos cinemas, sendo lançado diretamente em DVD. Uma pena, pois além de trazer um novo horizonte para carreira de Ben Affleck, o filme reafirma a força dos livros de Lehane na seara Hollywoodiana.
Dica de Música: "A vida é doce" (Lobão)
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