
Ainda que a trama não apresente novidades, nem tenha a genialidade de roteiro da Pixar, eu diria que o desenho serve como um analgésico prosaico no gênero. Neste caso, sua verve simplória é bem vinda e o sorrisinho no canto da boca, após o final da sessão é a prova que o resultado é relativamente bem sucedido.
Por outro lado, resolvi encarar uma sessão do remake tupiniquim do “High School Musical”, já que havia ganhado um ingresso. A franquia original (dois telefilmes e um filme) é sim, mais uma cartilha da Disney para aumentar seus royaltys, obedecendo ao modelo republicano de juventude. Mas para quem gosta de musicais reconhece que existe ali uma qualidade artística, às vezes, mais presentes do que em muitos musicais adultos. Tira-se o roteiro (mastigável) e o filme fica muito bom, com seus números perfeitamente coreografados e direção musical acima da nota. Na adaptação brasileira, dirigida pelo estreante César Rodrigues, nada se salva: o elenco (salvo raríssimas exceções) não canta, não dança e – pior – nem interpreta. Surpreendentemente esse elenco foi escolhido numa audição (!!!) feita pela TV... A direção até tenta seguir a cartilha americana, com uma direção de arte bem representada, mas sabe quando as coisas não funcionam? Fora que é meio incômodo assistir a uma representação tão distante da nossa cultura, inclusive educacional. E essas adaptações da Disney pecam sempre nessa questão (lembram do desastroso “Donas-de-casas desesperadas” remake capenga da série “Desperate Housewives” na RedeTv ?). E, cá entre nós, a presença de Wanessa Cam... ops, agora só Wanessa, não acrescenta muito ao todo.
Bem, se o filme tem um destaque ele chama-se Felipe Quadanucci, que interpreta um aluno mais sensível e interado sobre música. Seu desempenho e carisma apontam para um promissor caminho na carreira. E só. Eu diria que os 7 milhões gastos nesse filme poderia ter sido investido em coisa melhor.

Dica de Música: “Um girassol da cor do seu cabelo” (versão: Cláudia Ohana)
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