Um prolífero produtor musical, Nelson Motta, vem há alguns anos se aventurando no campo literário. As biografias “Noites Tropicais” e “Vale Tudo" fizeram bastante sucesso. Sempre tive curiosidade deconhecer os seus romances, e me aventurei com “Bandidos e mocinhas”, lançado em 2004, com fortes referências da literatura-pulp, gênero que trafega pelo universal pop e marginal com muita testosterona. O livro conta a história da atriz decadente Lana Leoni, que é assassinada em cena, em um palco de teatro. Motta propõe uma discussão sobre as diversas formas de paixão, tendo a luxúria como principal esteio dramático. Acompanhando três linhas narrativas (a da atriz, a de um traficante apaixonado por ela e a da delegada, um tanto glamourizada ,que investiga o caso), “Bandidos e mocinhas” não consegue fugir do desnível das tramas, e isso influencia até na resolução final do livro, que é bem fraca. Mas é preciso destacar a despretensão de Motta, ao retratar àqueles universos, o que torna a leitura bem agradável e divertida. Apesar do resultado mediano, o livro acaba conquistando nossa atenção no saldo final.
Dica de Música: "A queda" (Lobão)
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