Dirigido pelos sumidos irmãos Hughes, cujo último filme foi lançado em 2002, o também pesaroso “Do inferno”, com Johnny Depp, “O livro de Eli” não apresenta novidades àquele universo tão explorado no cinema. Em vez disso investe pesado num estilismo estético, meio que injetando verniz à sua falta de substância. E isso é potencializado com a fragilidade do discurso cristão que o roteiro ensaia e que se superestima no final, de forma totalmente deslocada. Denzel Washington empresta a virilidade necessária para protagonizar um filme como esse, assim como Gary Oldman, que se torna a melhor coisa do filme como um antagonista tão cinco quanto espirituoso. Pode ser uma questão de gosto, mas o filme não me comoveu. Muito pelo contrário, depois de um tempo o fardo do herói do filme foi sistematicamente passado para minha paciência.
Dica de Música: “Derretendo os satélites” (Paula Toller)