quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Ausência de Shyamalan...

O cineasta M. Night Shyamalan se escora atualmente entre duas correntes no mainstream do cinema americano: de um lado, os que o vêem com uma farsa, e acompanham sua derrocada filme após filme depois de subestimado "Corpo Fechado"; de outro, àqueles que acreditam no seu talento (alguns, até na sua genialidade) e sempre esperam que seus próximos filmes reflitam um brilho do passado e não os equívocos de um até então presente, leia-se, "Fim dos tempos". Com seu mais novo e aguardado filme "O último mestre do ar", Shyamalan fica no W. O., ou seja, diante da expectativa desses dois grupos, ele simplesmente não apareceu para ser avaliado... Explico: o filme é ok, bem mediano, acho até que as pesadas críticas são bem exageradas (a imprensa americana o considerou o pior filme do ano até agora) mas é o menos Shyamalan de todos os seus filmes. Nem o anterior (bem ruizinho por sinal) era tão impessoal quanto esta adaptação de um famoso desenho da TV, "Avatar: The Last Airbender" . Confesso que assistindo ao filme fiquei até interessado em ver esse desenho, uma vez que sua premissa é até interessante, pois trata-se de um mitologia cujo o universo é formado pelos quatros elementos: fogo, terra, ar e água. A trama do filme se desenrola quando quando dois jovens da tribo da água encontram Aang, um excelente dominador do ar, e acabam por descobrir que se trata do único dominador dos quatro elementos. O diretor, que também assina o roteiro, parece mais entusiasmado com a história do que necessáriamente apto a adaptá-la. Para a grande maioria dos leigos do desenho, o roteiro revela-se confuso e prolíxo. E o elenco também não ajuda. O ator mirim Nohah Ringer, que dá vida ao papel principal e primordial do filme é fraco demais, comprometendo a já difícil assimilação daquele universo. Por mais que Shyamalan ainda mantenha certo apuro visual, é gritante a falta de uma centralizada no contexto espacial de seu filme. Parece que ao adaptar um texto que não é o seu, ele deixa a reverência falar mais alto que a criatividade.
Repito: não é o pior filme do mundo, nem o pior de M. Night Shyamalan, apenas um filme em que um até então talentoso diretor preferiu não se arriscar. Está aí o grande pecado do resultado final.

Dica de filme: "Lift me up" (Christina Aguilera)

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