A reunião brucutu que Sylvester Stallone promove em seu “Os mercenários” se revela como um retrato da face decadente que as forças icônicas americanas, que nos anos 80 foram instrumentos de auto-afirmação política, representaram cinematograficamente. Esqueça a trama, que nada mais é que um arremedo de 90% dos filmes do “Domingo Maior” e embarque na ironia discursiva de seu contexto ou apenas divirta-se com os conhecidos absurdos do produto na tela. Stallone esbanja preparo físico, mas um ar de cansaço persegue cada quadro de suas cenas, mas o que não faltam são expoentes da categoria para manter o ritmo de pancadaria que nutre a trama (!): Dolph Lundgren (surpreendente como uma nova versão de Mickey Rourke ressuscitado), o próprio Rourke (que parece ter se divertido no set), Eric Roberts (fazendo o de sempre...), Jet Li (o descanso cômico da barulhada), Jason Stathan (o personagem mais elaborado e bem defendido do filme), Randy Couture, Gary Daniels e Steve Austin (lutadores atores que justificam o público a qual o filme é destinado). Há ainda uma divertida participação de Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis, que talvez sintetize muito o “espírito” do filme de (tentar) ri de si mesmo.
A história fala algo de um recrutamento feito pelo personagem de Willis aos tais mercenários (Sylvester e Cia) para que se infiltrem numa ilha latina e matem seu ditador, até que descobrem que existem muito mais intrigas no lugar do que o serviço contratado poderia supor. Dentre eles a personagem da atriz brasileira Gisele Itié, aliada do grupo, mas inteiramente apegada a sua terra.
A simplicidade do argumento se expande ao roteiro, que rende cenas absurdamente integradas á histeria dos filmes de ação dos anos 80, como as rasas motivações de seus heróis, o exército de um homem só e a banalização das mortes. Visto como uma simples diversão escapista, o filme é bom, dentro de suas próprias limitações. Fora que é divertido assistir a região de Guaratiba, aqui no Rio de Janeiro, maquiada para parecer com Cuba comunista. Mas deixando-se contaminar um pouquinho pelo cinismo do mundo contemporâneo, asseguro que “Os Mercenários” é, assim como o notável “Gran Torino”, uma alegoria de uma América falida política e moralmente que busca se reerguer. Neste caso, com muito barulho...
A história fala algo de um recrutamento feito pelo personagem de Willis aos tais mercenários (Sylvester e Cia) para que se infiltrem numa ilha latina e matem seu ditador, até que descobrem que existem muito mais intrigas no lugar do que o serviço contratado poderia supor. Dentre eles a personagem da atriz brasileira Gisele Itié, aliada do grupo, mas inteiramente apegada a sua terra.
A simplicidade do argumento se expande ao roteiro, que rende cenas absurdamente integradas á histeria dos filmes de ação dos anos 80, como as rasas motivações de seus heróis, o exército de um homem só e a banalização das mortes. Visto como uma simples diversão escapista, o filme é bom, dentro de suas próprias limitações. Fora que é divertido assistir a região de Guaratiba, aqui no Rio de Janeiro, maquiada para parecer com Cuba comunista. Mas deixando-se contaminar um pouquinho pelo cinismo do mundo contemporâneo, asseguro que “Os Mercenários” é, assim como o notável “Gran Torino”, uma alegoria de uma América falida política e moralmente que busca se reerguer. Neste caso, com muito barulho...
Dica de Música: "Reza Vela" (O Rappa)
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