
Explorando uma fotografia obscura e granulada de Brasília, Erik procura destrinchar a conexão entre o tráfico de drogas e as camadas sociais tidas como incorruptíveis como as ONGs, o Congresso Nacional e até as organizações religiosas, mas o roteiro fica indeciso entre a pretendida contundência dessa co-relação e o viés hollywoodiano que seu gênero suscita. O roteiro acaba ficando sem personalidade, não compactando seus personagens e deixando furos ao longo da projeção. Isso sem contar a caricatura inexplicável de seu vilão, vivido por Eduardo Dussek, o desempenho deslocado de Selton Mello e o desperdício de Michael Madsen, num personagem mal delineado.
Por mais que se tenha boa vontade com o filme, é gritante que, com o nível que o cinema brasileiro vem atingindo nos últimos anos, sua realização foi, desde a concepção, primária em aspectos vitais para compreensão de seu (até interessante) discurso. Em alguns (poucos) momentos Erik demonstra personalidade, mas no geral, ele nos dá a entender que seu manejo de documentarista ainda não compreendeu as complexidades de uma boa ficção.
Dica de Música: "A queda" (Lobão)
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