Parece que o Brasil reencontrou seu cinema em 2009. Só nos seis primeiros meses do ano, os filmes nacionais já obtiveram quase 10 milhões de espectadores, impulsionados pelo verdadeiro arrasa-quarteirões “Se eu fosse você 02”, que fez mais de 6,1 milhões de pagantes, e também por “Divã”, com quase 2 milhões. Nota-se que o perfil deste êxito é de filmes de comédia, cujo alcance do público é certeiro, ainda que essa aritmética seja indefinida.
Outro grande responsável por todo esse sucesso é o filme “A mulher invisível” de Cláudio Torres, que também já rompeu a barreira do milhão. Torres estreou com um dos filmes mais interessantes de nossa cinematografia, “Redentor”, e parecia ser um dos responsáveis por uma futura renovação deste cenário. Porém seus filmes posteriores revelarem-se mais próximos do que funciona em nosso combalido mercado. Não acho demérito, uma vez que o diretor sempre se disse mais próximo da comédia para o grande público (nada como vermos sinceridade nesta seara) e, segundo ele, sendo necessário para o fortalecimento de uma indústria do cinema brasileiro (dá uma boa discussão). Bem, “A mulher invisível” vai mesmo de encontro a este pensamento. Ainda que Torres tenha talento e isso seja bem nítido na estruturação de muitas cenas, principalmente as iniciais, o filme segue bem a receita do gênero (até na escalação de Selton Mello), caminhando pela previsibilidade todo o tempo (aliás, a maioria das boas cenas de humor já estão no trailer do filme). O roteiro até seguia para um bom retrato sobra a solidão contemporânea – já que, apesar de muitos ignorarem, o humor é um bom veículo para discussão, como bem provou Chaplin – mas não evita a tentação da galhofa, com uma conclusão fácil e anti-climática (a última cena então, é visivelmente desnecessária). A (sempre ótima) atriz Fernanda Torres (que também promete turbinar as bilheterias com o segundo filme “Os Normais”, em setembro) é uma das melhores coisas do filme, com sua hilária participação. Selton tem procurado não se repetir e, neste caso, obtém sucesso, assim como Luana Piovani que, dentro daquilo que lhe exigido em cena, tem presença. A performance dos atores nunca foi um problema para o nosso cinema, mas conter as impertinências dos roteiros parece ser ainda um desafio costumeiro. Um filme mediano até para suas pretensões.
Outro grande responsável por todo esse sucesso é o filme “A mulher invisível” de Cláudio Torres, que também já rompeu a barreira do milhão. Torres estreou com um dos filmes mais interessantes de nossa cinematografia, “Redentor”, e parecia ser um dos responsáveis por uma futura renovação deste cenário. Porém seus filmes posteriores revelarem-se mais próximos do que funciona em nosso combalido mercado. Não acho demérito, uma vez que o diretor sempre se disse mais próximo da comédia para o grande público (nada como vermos sinceridade nesta seara) e, segundo ele, sendo necessário para o fortalecimento de uma indústria do cinema brasileiro (dá uma boa discussão). Bem, “A mulher invisível” vai mesmo de encontro a este pensamento. Ainda que Torres tenha talento e isso seja bem nítido na estruturação de muitas cenas, principalmente as iniciais, o filme segue bem a receita do gênero (até na escalação de Selton Mello), caminhando pela previsibilidade todo o tempo (aliás, a maioria das boas cenas de humor já estão no trailer do filme). O roteiro até seguia para um bom retrato sobra a solidão contemporânea – já que, apesar de muitos ignorarem, o humor é um bom veículo para discussão, como bem provou Chaplin – mas não evita a tentação da galhofa, com uma conclusão fácil e anti-climática (a última cena então, é visivelmente desnecessária). A (sempre ótima) atriz Fernanda Torres (que também promete turbinar as bilheterias com o segundo filme “Os Normais”, em setembro) é uma das melhores coisas do filme, com sua hilária participação. Selton tem procurado não se repetir e, neste caso, obtém sucesso, assim como Luana Piovani que, dentro daquilo que lhe exigido em cena, tem presença. A performance dos atores nunca foi um problema para o nosso cinema, mas conter as impertinências dos roteiros parece ser ainda um desafio costumeiro. Um filme mediano até para suas pretensões.
Dica de Música: "Gostosa" (Jorge Benjor)